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Na tarde dessa terça-feira (6/9), a comitiva de Paracatu foi recepcionada no Ministério da Cultura de Lisboa pelo ministro Pedro Adão e Silva e representantes da UNESCO responsáveis pela elaboração dos documentos Caretos de Podence.

Fizeram parte da comitiva o prefeito de Paracatu, Igor Santos, o Secretário Municipal de Cultura e Turismo, Igor Araújo Diniz, o diretor da fundação casa de cultura, Igor Faria, além de outros servidores e colaboradores do poder público municipal e os membros integrantes do grupo da caretagem.

A programação do Bicentenário da Independência do Brasil por meio do Programa Minas Para o Mundo, contou com um conjunto de atividades para estreitar os laços entre a comunidade internacional e os profissionais, artistas e realizadores de festas populares mineiras.

No dia 7 de Setembro cerca de 30 integrantes do Grupo de Caretagem do Quilombo Família Amaros, de Paracatu apresentaram um pouco das nossas manifestações populares no Padrão dos Descobrimentos para cerca de 100 autoridades e saíram em cortejo até o Jardim da Torre de Belém, juntamente com as autoridades que compuseram o espaço reservado para assistirem o Show da Orquestra Filarmônica de Minas Gerais.

O Programa Minas para o Mundo tem como objetivo apresentar o potencial turístico de Minas Gerais para empresas portuguesas e européias do segmento, além de possibilitar a interlocução direta como a feira de negócios, encontro com investidores e troca de experiências.
 
HISTÓRIA DA CARETAGEM

A Caretagem de Paracatu é uma festa cuja origem reflete o sincretismo entre as culturas de matriz afro-brasileira e europeia, especialmente a religiosidade católica. Os participantes dessa tradição, que remonta ao período colonial, usam um traje típico composto por tiras coloridas que cobrem todo o corpo, além de chapéus, guizos, sinos, bastões e máscaras. Em razão de manterem a identidade sob anonimato durante todo o cortejo, os dançantes passaram a ser chamados de caretas.
O festejo, que segue no ritmo da música e da dança, começa na noite de 23 de junho, ou seja, na véspera do nascimento de São João Batista, e se encerra com um almoço no dia 24 de junho. A celebração, portanto, homenageia o santo católico e é tão antiga cuja história é indissociável da própria trajetória e desenvolvimento de Paracatu.
Quem mantém viva essa tradição são as comunidades quilombolas, como o Quilombo da Família Amaros. O principal palco dessa comemoração são as ruas, que adquirem um colorido único à medida que o cortejo, que costuma durar até mais de 12h, avança.
O grupo é chamado de Caretos e são reconhecidos como Patrimônio Imaterial da Humanidade da Unesco.