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Hedi da Silva Babosa, nasceu em 16 de novembro de 1942 no povoado Quilombola da Lagoa de Santo Antônio em Paracatu – MG. Com alegria, teve uma infância feliz e muito humilde cercada do amor de seus pais Sr. Alvino Pereira da Silva e da Sr.a Hermínia Coelho Guimarães. Desde criança, ajudava sua mãe nos afazeres de casa e brincava com seus irmãos. Ainda na infância, mudou-se com sua família para a cidade onde passaram a viver.

Quando jovem, trabalhou em várias fazendas da região e, através do seu trabalho, conheceu seu esposo José Antônio Rodrigues. Do fruto desse relacionamento, nasceram oito filhos. Hedi ficou viúva muito cedo e com os filhos pequenos teve que se reinventar para criá-los, obrigando-a retornar ao trabalho rural na fazenda Carpiu.

Assim, debaixo de sol e chuva, plantou e colheu, conseguindo alimentar os filhos. Cansada do serviço da zona rural, retornou à cidade onde trabalhou em restaurantes. Para complementar a renda, vendia deliciosos pirulitos caramelizados de açúcar pela cidade, arte culinária que tinha aprendido com sua mãe, recebendo o título carinhoso de “vozinha dos pirulitos”.

O trabalho não parou por aí, Hedi também cozinhava deliciosas quitandas como: pastéis, caldos, feijão tropeiro. Enfim, era uma verdadeira “chefe da culinária” local e, através dessa, ela evangelizava, comunicava-se, doava-se e ainda ajudava a todos os necessitados. Hedi congregou durante muitos anos na Igreja Catedral da Benção, deixando seu legado de compaixão e carinho.

O amor pela família era incondicional, fazia com que eles: filhos, netos e bisnetos, se sentissem acolhidos por ela. Por isso, eles passavam em sua casa todos os dias para receber sua bênção. Dona Hedi veio a falecer aos 76 anos em decorrência de um choque cardiogênico, sua partida deixou saudades. Porém, seus ensinamentos, sua humildade e simplicidade se perpetuaram.

Um dos seus legados é o seu neto Pedro Barbosa, jovem que cresceu comendo mexidinho da vovó, prato que era feito especialmente para ele a qual tinha um carinho especial. Inclusive, todos os familiares tratavam-no como o “xodozinho da vovó”. Pedro, oor estar sempre acompanhando a vó, desde pequeno pegou gosto pela culinária e começou a acompanhá-la. Em suas primeiras aventuras na cozinha, o jovem faz rosquinha, macarrão, empadão e pastel. O neto companheiro, revezava seu tempo entre os estudos no Instituto Federal (IFTM) e a cozinha da avó.

Após concluir seus estudos no IFTM, Pedro Barbosa mudou-se para Brasília, ingressando no curso de Gastronomia e colocando em prática o aprendizado que obteve com sua vó. O amor, juntamente com a dedicação, fez surgir uma grande oportunidade. Pedro foi convidado a iniciar um estágio em um dos mais renomados restaurantes do mundo, o Maní Manioca. A experiência contava com a supervisão de chefes como, Helena Rizzo, considerada a melhor chefe de cozinha do mundo. Hoje, Pedro é sub- chef no Maní e sua trajetória de vida é marcada pela influência da vozinha do pirulito.